O que te vai no ventre quer ser
aurora e serpente, e será gente.
O que te vai no ventre é raiz
profunda, pereira pura, quer
ser bailarina e atirador de facas,
será dramaturgo ou taumaturgo,
fotógrafa, comissária de bordo,
bardo, cineasta, jurista, ativista.
O que te vai no ventre quer ser
luar e semente, e será gente.
(Depois que descobri que Marta estava grávida, e ainda sem saber se era menino ou menina, fiz este poema. Hoje, eu o dedico à Sofia, pois ela já o pode ler sem o auxílio de ninguém. Para quem não sabe, kiefer, em alemão, além de osso, maxilar, também é madeira, pinheiro selvagem, e aqui, com a licença poética, meu sobrenome é pereira. Muita pera eu descasquei para que minha avó Regina fizesse as compotas, os doces, os sucos de pera que meu avô Bernardo tanto amava ).
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Poesia e Memórias, mais do que um tempo, sementes!
ResponderExcluirUm abraço à Sophia, um abraço a mais Poesia, Kiefer!!!
Carmen Silvia Presotto
linda poesia !
ResponderExcluirQuando li o título, quase recitei de cor esses versos. Lembro-me de quando os escreveste.
ResponderExcluirTeu blog está lindo, Charles. E não faço mais elogios, ainda que sejam muito merecidos, porque já os tens bastante por aqui.
Bjs,