domingo, 7 de junho de 2009

O poema

O poema bocejou, raspou as patas
no tapete, fitou-me com dezprezo.

Saltaria enfim sobre o meu peito?

Era um poema lindo na tarde finda
Tinha pele macia, dentes de marfim.

Ah, tenho ainda a sensação tão doce
e crua, a magnífica visão do animal

estupendo: o poema ali, retesado,
ritmo só, melodia pura, projetado

em pés perfeitos e rimas raras.
Saltaria enfim sobre o meu peito?

O poema apenas se mexeu, raspou
as patas no tapete e adormeceu.

3 comentários:

  1. Charles,
    Lembro dele talvez do tempo do quinteto que propuseste, tu sempre agregador. Lembrei da Luciane, da Ana, do Paulo Renato, a nossa formação original, antes de termos o César conosco. Bom, aquele momento. Beijo,

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  2. Perfeita expressão !!!

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  3. kiefer, adorei esse poema. beijos.

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