quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O raio que vem do céu

Ontem, dormi tarde. Ouvi, pela CNN, o presidente dos Estados Unidos fazer o seu Discurso do Estado à União, em sessão conjunta no Congresso.

Algumas coisas impressionaram-me muito.

Falou, sem ler, e aparentemente sem ponto, durante 80 minutos. Num inglês de fazer inveja, sem titubear, com elegância retórica, riqueza lexical e correção sintática. Cometeu uma única imprecisão, quando homenageava o empresário norte-americano que inventou a cápsula que socorreu os mineiros do Chile.

Foi interrompido por longos aplausos mais de 80 vezes, tanto por democratas quanto por republicanos.

Mc Caim, seu adversário nas últimas eleições, aplaudiu-o de pé.

Quando fez um trocadilho sobre os gays nas Forças Armadas, não foi aplaudido pelo alto comando militar que estava presente.

Transcrevo-o em inglês, para que a sua graça retórica não se perca: no american will be forbidden from serving the country they love because of who they love.

Barack Obama, em certo momento, levou-me às lágrimas. Não é todo ano que a gente ouve um presidente da maior potência do planeta valorizar a figura do professor.

Eis o que disse, literalmente:

If you want to make a difference in the life of our nation; if you want to make a difference in the life of a child – become a teacher. Your country needs you.


Se tu queres fazer diferença na vida de nosso país; se tu queres fazer diferença na vida de uma criança – torna-te professor. Teu país precisa de ti.

Obama não convocou a juventude dos EUA a jogar futebol, a viajar pelo espaço, a transformar-se em astro de cinema. Ele incentivou milhões de meninos e meninas a se tornarem professores. E consumiu boa parte de seu discurso conclamando a sociedade norte-americana a investir mais e melhor em Educação.

Barack O Bama significa “o raio que vem do céu”. Ontem, a luz apolínea de sua extraordinária retórica luziu sobre o Congresso.

O primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América sabe que seu povo terá anos muito difíceis pela frente: uma nova glaciação se aproxima; grandes distúrbios sociais tomarão as ruas de muitos países; os efeitos cataclismáticos da natureza em fúria já estão aí; um novo baktun (ou uma nova era) começará dentro de dois anos, mas ele parece ter sido preparado pelo destino para enfrentar as adversidades. Ou pelo menos pela linguagem, que adquiriu nas escolas e faculdades que freqüentou.

Que O raio que vem do céu não venha em sua forma maligna, como Deus da Guerra, mas em sua forma benéfica, como raio de cultura, educação e cidadania.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O livro que não deveria existir

Em 1912, um vendedor de livros raros, Michal Wojnicz, polonês, comprou um manuscrito exótico da College Ghislieri, instituição educacional dos jesuítas de Frascati, Itália.

Michal meteu-se com revolucionários russos, foi preso e enviado à Sibéria. De lá, fugiu para Londres, onde se tornou livreiro. Mais tarde, transferiu seu negócio para a costa leste dos EUA, já com o nome de Wilfred M. Voynich.

O Manuscrito de Voynich é uma das maiores preciosidades bibliográficas da história da humanidade. Hans P. Kraus, bibliófilo e livreiro, adquiriu-o e, como é tradicional entre empresários norte-americanos, doou-o ao Museu da Universidade de Yale, em 1969, onde hoje se encontra.

Esse livro, tecnicamente, não existe, pois até hoje, apesar dos esforços de centenas de lingüistas, antropólogos, historiadores e cientistas, não foi decodificado. Se um “texto”, que é uma rede de significação, só existe na medida em que é lido, o Manuscrito de Voynich não existe.

O “livro” é composto de 272 páginas de velino. Dessas, 240 são recobertas por uma estranhíssima “linguagem”. Segundo especialistas, a partir de exames de datação em laboratório, concluiu-se que o suporte teria recebido a tinta entre 1404 e 1438.

Composto de 170.000 caracteres (ou hieróglifos) também desconhecidos, o Manuscrito de Voynich contém ainda algumas ilustrações. São desenhos de plantas, aquedutos e, principalmente, de figuras femininas.

Embora os criptologistas e lingüistas que o examinaram, e foram centenas, reconheçam que o texto contém uma “linguagem identificável”, já que é feito de estruturas e regras de construção parecidas com as das línguas antigas e modernas, sequer uma única palavra, de suas 35.000, foi, até aqui, identificada.

No século XVII, o manuscrito pertenceu a um obscuro alquimista de Praga, Georg Barech. Ele o usava como manual?

Como se pode imaginar, a mitologia em torno do Manuscrito de Voynich é abundante.

Produto de uma linguagem perdida na idade média européia? Manual de medicina e de alquimia? Texto alienígena? Texto maçônico, já que Voynich comprou o original da Sociedade de Jesus?

No museu da Universidade de Yale ele é conhecido como O livro que não deveria existir.

Quem se habilita a ser o Champollion desse texto?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Planeta Viajante

Cientistas devem procurar o cálculo, a álgebra, o compasso, a prova; escritores, o sonho, o desejo, o medo, o mito. Os instrumentos dos primeiros matam a criatividade dos segundos. Escritores precisam saber – como dizia Mario Quintana – que não basta a uma vida ser vivida, ela precisa também ser sonhada.

E os tempos que vivemos, sobrecarregados de cientificidade, não são propícios às artes. Épocas como a nossa geram estéticas decadentes, desvitalizadas, comerciais.

Parece, mesmo, que estamos nos estertores de um ciclo, como dizem os adeptos da Nova Era. Para o tzolkin (“a contagem de dias”) dos maias, 21 de dezembro de 2012 será o último dia do décimo terceiro baktun (ciclo longo de 144.000 dias). No dia 22, começará um novo baktun. Se eles estivessem ainda entre nós, inaugurariam uma nova pirâmide, com decapitações e festas.

As primeiras referências míticas ao Planeta Viajante apareceram na Mesopotâmia, entre os sumérios. No poema épico Enuma Elish, na Tábua V, Nibiru (termo acadiano), significa “cruzamento” ou “ponto de transição”. Seria o ponto mais alto da eclíptica – o solstício de verão. Lá, no épico, ele não é um planeta, mas um estado astronômico. Zecharia Sitchin, que estudou a fundo esses mistérios, converteu-o em astro. Ou deu o nome de Nibiru ao corpo celeste que faria a tal órbita de 3.600 anos. Sempre que ele retorna, por conta de sua extraordinária massa, geraria confusões gigantescas: disfunções solares, desequilíbrios de órbitas, mudanças climáticas extremas, incremento de grandes terremotos e tsunamis, extermínios de peixes, pássaros e outros animais, novas glaciações, mudança dos pólos magnéticos e por aí afora.

Nibiru é chamado também de Planeta Destruidor, Hercólubus, Nêmesis, Apólion, Estrela de Absinto, Planeta Vermelho, Planeta Intruso, Planeta Higienizador, Éris, Duplo Sol, entre outros.

Um planeta alado aparece, efetivamente, na estatuária babilônica. Encontrei em minha biblioteca uma foto de um detalhe do Obelisco de Shalmaneser III (858 a. C. – 824 a. C.), onde se pode ver o círculo com suas asas e cauda. Dizem que a Chrysler criou a sua logomarca a partir desse símbolo babilônico.

Para alguns, as imagens do planeta com asas, entalhadas em pedra nas terras que viriam a ser o Iraque, é, simplesmente, Júpiter.

Que os povos antigos eram exímios em astronomia não restam dúvidas, pois restaram os zigurates, as pirâmides, e aquele fascinte objeto encontrado no Mar Egeu, que tem sido chamado de "o primeiro computador", o antikithera.

O Planeta Viajante, mesmo que não exista, e por isso mesmo para homenageá-lo, aparecerá na capa de meu novo livro, alegoricamente convertido num chapéu. Tomei o cuidado de preparar o lançamento para março deste ano, por razões óbvias.

Eis a cronologia do mito:

Maio de 2011: Nibiru será visível a olho nu, como um objeto avermelhado no céu. Passará no plano da eclíptica e parecerá um segundo Sol, com o tamanho da Lua.

14 fevereiro 2013: A Terra se movimentará entre Nibiru e o Sol. Acontecerá, então, a mudança magnética dos pólos, com resultados nada animadores.

1 julho 2014: Nibiru já não exercerá força gravitacional que nos afete, e viajará para além do sistema solar, em sua órbita de 3.600 anos.

Depois de 2014: Os sobreviventes criarão novas religiões, levantarão novos altares. Não faço idéia dos nomes que escolherão para os seus novos deuses, mas suspeito que o mal se chamará NASA. Em 2009, enquanto um asteróide passava de raspão pela Terra, a grande agência espacial silenciou, para não criar pânico. Quem engana uma vez, engana duas, como sabem os torcedores de um certo time de futebol.

domingo, 16 de janeiro de 2011

O Tempo da Reação Organizada

Se estamos ingressando no Tempo dos Infortúnios, e creio que estamos, deveríamos criar, como forma de compensação, o Tempo da Reação Organizada.

Que a Natureza (com maiúscula, como se escrevia à época em que a respeitávamos) despertou e ruge, parece mais que evidente. Se a causa é a ação humana (emissão de gases poluentes, destruição de florestas e desertificação pelo mau uso do solo) ou astronômica (tempestades solares, mudança dos pólos magnéticos, ação gravitacional de um mítico décimo planeta, que faria a sua órbita a cada 3.600 anos – Nêmesis ou Hercóbulus, para os gregos; Nibiru, para os assírios e babilônios; Estrela de Absinto, para os antigos semitas; Planeta Vermelho, Planeta Intruso, Planeta Higienizador ou Planeta Viajante para os místicos de variadas épocas e culturas – não importa. O que importa é que muita gente está morrendo e vai morrer de forma catastrófica. Organizações internacionais calculam que teremos entre 3 a 4 milhões de óbitos por fenômenos naturais nesta segunda década do século XXI.

A primeira década já deu uma demonstração alentada do que vem por aí: terremoto do Haiti, entre 250 e 300 mil mortos; tsunami no oceano índico, 330 mil mortos; erupção de cinzas do vulcão Eyjafjallajökull, que gerou bilhões de dólares de prejuízo, especialmente para a área da aviação civil. Não cito aqui as dezenas, senão centenas, de eventos menores, como enchentes, deslizamentos, incêndios florestais, vazamentos tóxicos e outros fenômenos naturais que produziram milhares de mortos.

E o que mais nos espera? Terremotos, maremotos, erupções vulcânicas de grande magnitude (atenção para o Etna, na Itália, e para o Parque Nacional de Yelowstone, nos EUA). Creio, também, que estamos entrando numa nova era glacial, mas essa tem pouca importância imediata, já que as glaciações são fenômenos de longa duração. Dados de satélite demonstram que a calota polar norte voltou a crescer nos últimos dois anos e alguns cientistas já falam em "mini-glaciação", que aconteceria nos próximos vinte anos.

Diante desse quadro, deveríamos seguir o exemplo dos norte-americanos, que em 1979 criaram a FEMA (Federal Emergency Management Agency ou Agência Federal de Administração de Emergências), um órgão público que coordena respostas rápidas às ocorrências de grandes desastres, naturais ou não.

(Depois de ter escrito isso, um amigo lembrou-me a existência da Secretaria Nacional da Defesa Civil. Pesquisei e descobri que no dia 01 de dezembro de 2010 foi promulgada a lei 12.340, que dispõe sobre o SINDEC. Menos mal, e sinal que o governo brasileiro também está atento ao que vem por aí... Para conhecer a Lei basta clicar duas vezes em http://www.datadez.com.br/content/legislacao.asp?id=112059).

Não podemos mais apelar para paliativos, convocando a bondade ingênua para a arrecadação de sacolinhas de roupas usadas e alimentos não perecíveis. O tempo não corre a nosso favor. Que a presidente Dilma, que se mostrou uma excepcional gerente em todas as áreas em que atuou, convoque a sociedade civil, a Câmara Federal e o Senado para ações preventivas e eficientes, de curto, médio e longo prazo. Copiar os bons exemplos sempre foi boa política.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Bibliografia teórica básica para o participante de oficina

Durante uma entrevista ao jornalista Luiz Gonzaga Lopes, do Correio do Povo, que deverá sair nos próximos dias, tive a idéia de postar aqui uma pequena lista de livros teóricos que utilizo nas minhas aulas de oficina literária. Como muita gente não pode frequentá-las, minha sugestão é que lessem os livros abaixo.


1. Teoria do Conto

BITTENCOURT, Gilda Neves da Silva. O conto sul-rio-grandense: tradição e modernidade. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1999.

BOSCH, Juan. Teoría del cuento. Tres ensayos. Mérida: Universidad de Los Andes, 1967.

BULLRICH, Silvina. Carta a un joven cuentista. Buenos Aires: Santiago Rueda Editor, 1968.

CORTÁZAR, Julio. Valise de cronópio. São Paulo: Perspectiva, 1974.

GOYANES, Mariano Baquero. Qué es el cuento. Madrid: Editorial Columba, 1967.

IMBERT, Enrique Anderson. Teoría y técnica del cuento. Buenos Aires: Marymar, 1979.

KIEFER, Charles. A poética do conto: De Poe a Borges, um passeio pelo gênero. São Paulo: Editora Leya, 2011.
—. Para ser escritor. São Paulo: Editora Leya, 2010.

MORAES LEITE, Ligia Chiappini. O foco narrativo. São Paulo: Ática, 1985.

PIGLIA, Ricardo. O laboratório do escritor. São Paulo: Iluminuras, 1994.

PREGO, Omar. O fascínio das palavras. Entrevistas com Júlio Cortázar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1991.

PROPP, Vladimir I. Morfologia do conto maravilhoso. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1984.

REUTER, Yves. A análise da narrativa. O texto, a ficção e a narração. Rio de Janeiro: DIFEL, 2002.

TODOROV, TZVETAN. Poética da prosa. Lisboa: Edições 70, 1971.

—. Teoria da Literatura – Textos dos formalistas russos. Lisboa: Edições 70, 1987.


2. Teoria da crônica

CANDIDO, Antônio et all. A crônica: O gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. São Paulo: UNICAMP, 1992.


3. Teoria do romance e da novela

ANNA, Romano Affonso de. Análise estrutural de romances brasileiros. São Paulo: Ática, 1989.

BAKHTINE, Mikhail. Questões de literatura e estética – A teoria do romance. 2. ed. São Paulo: UNESP/HUCITEC, 1990.

BOURNEUF, Roland et QUELLET, Real. O universo do romance. Coimbra: Almedina, 1976.

DOURADO, Autran. Uma poética do romance: matéria de carpintaria. Rio de Janeiro: DIFEL, 1976.

ECO, Umberto - Obra Aberta. São Paulo: Perspectiva, 1976. 288p.

JAMES, Henry. A arte da ficção. São Paulo: Imaginário, 1995.

JOSEF, Bella. Romance hispano-americano. São Paulo: Ática, 1986.

LAJOLO, Marisa. Como e por que ler o romance brasileiro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.

LUKÁCS, Georg. A teoria do romance. Lisboa: Editorial Presença, 1962.

KUNDERA, Milan. A arte do romance. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

MAESTRI, Mário. Por que Paulo Coelho teve sucesso. Porto Alegre: AGE, 1999.

MENDILOW, Adam Abraham. O tempo e o romance. Porto Alegre: Editora Globo, 1972.

MORETTI, Franco. Atlas do romance europeu. São Paulo: Boitempo, 2002.

MUIR, Edwin. A estrutura do romance. 2. ed. Porto Alegre: Globo, 1975.

SODRÉ, Muniz. Best-seller: a literatura de mercado. São Paulo: Ática, 1985.

TODOROV, Tzvetan. As estruturas narrativas. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1970.


4. Teoria da poesia

ARISTÓTELES. Poética. Porto Alegre: Globo, 1966. (Trad. Eudoro de Sousa).

BACHELARD, Gaston. Fragmentos de uma poética do fogo. São Paulo: Brasiliense, 1990.

BLOOM, Harold. A angústia da influência. Uma teoria da poesia. Rio de Janeiro: Imago, 1991.

BARTHES, Roland. O prazer do texto. Rio de Janeiro: Perspectiva, 1977.

BOSI, Alfredo. O ser e o tempo da poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

DUFRENNE, Mikel. O poético. Porto Alegre: Globo, 1969.

ELIOT, T. S. Ensaios escolhidos. Lisboa: Cotovia,1992.

ESTEBAN, Claude. Crítica da razão poética. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

KAVÁFIS, Konstantinos. Reflexões sobre poesia e ética. São Paulo: Ática, 1998.

KIEFER, Charles. Mercúrio veste amarelo. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1994.

KONDER, Leandro. “Para ler poesia”. In: As artes da palavra. São Paulo: Boitempo, 2005.

MORICONI, Ítalo. Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

PAZ, Octavio. La casa de la presencia. México: Fondo de Cultura Econômica, 1994.

PIGNATARI, Décio. O que é comunicação poética. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.

POE, Edgar Alan. “A filosofia da composição”. In: Poemas e ensaios escolhidos. 2. ed. Porto Alegre: Globo, 1987.

POUND, Ezra. A arte da poesia. São Paulo: Cultrix, 1998.

SANTOS, Volnyr. Poesia uma palavra em falta (Uma anatomia do poema). Porto Alegre: WS Editor, 2002.

STEIGER, Emil. Conceitos fundamentais da poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.

TEZZA, Cristóvão. Entre a prosa e a poesia : Bakhtin e o formalismo russo. Rio de Janeiro : Rocco, 2003.

TINIANOV, Iuri. O problema da linguagem poética I: O ritmo como elemento constitutivo do verso. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.

—. O problema da linguagem poética II. O sentido da palavra poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.

TREVISAN, Armindo. A poesia: uma iniciação à leitura poética. 2. ed. Porto Alegre: Uniprom, 2001.


5. Teoria de dramaturgia


FREIRE, António. O teatro grego. Braga: Publicações da Faculdade de Filosofia, 1985.

LESKY, Albin. A tragédia grega. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1990.

STANISLAVSKI, Constantin. A criação de um papel. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira: 1972.

SCHÜLLER, Donaldo. Literatura grega. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985.



6. Teoria da literatura e afins

AGUIAR E SILVA, Vitor Manuel. Teoria da literatura. 6. ed. Coimbra: Almedina, 1984.

ARISTÓTELES. Poética. Porto Alegre: Globo, 1966.

AUERBACH, Erich. Mímesis: a representação da realidade na literatura ocidental. 3. ed. São Paulo: 1994.

BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 3. ed. São Paulo: 1986.

CÂNDIDO, Antônio. Formação da literatura brasileira. 6. ed. Belo Horizonte: 1981.

DACANAL, José Hildebrando. Linguagem, poder e ensino da língua. 4. ed. Porto Alegre: WS Editor, 2006.

HAUSER, Arnold. História social da literatura e da arte. (Tomos I e II). São Paulo: Mestre Jou, 1982.

HEGEL, G. W. F. Estética. Lisboa: Guimarães Editores, 1993.

IMBERT, Enrique Anderson. A crítica literária: seus métodos e problemas. Coimbra: Almedina, 1986.

KAYSER, Wolfgang. Análise e interpretação da obra literária (Introdução à ciência da literatura). 5. ed. Coimbra: Armênio Amado Editor, 1970.

MARTINS, Nilce Sant´Anna Introdução à estilística: A expressividade na língua portuguesa. São Paulo: Queiroz Editor, 1989.

PARATORE, Ettore. História da literatura latina. 13. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1983.

REIS, Carlos. O conhecimento da literatura introdução aos estudos literários. Porto Alegre: Edipucrs, 2003.

SANTOS, Fausto dos. Filosofia aristotélica da linguagem. Chapecó: Argos, 2002.

TODOROV, Tzvetan. Teoria da literatura: textos dos formalistas russos. Lisboa: Edições 70, 1987.

WELLEK, René e WARREN, Austin. Teoria da literatura. 4. ed. São Paulo: Europa-América, s. d.

WIMSATT, William, e BROOKS, Cleanth. Crítica literária: Breve história. 2. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1980.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Fim do mundo

Matéria é energia cansada, ensinou-nos Albert Einstein.

Agora sabemos que 72 por cento do universo é "feito" de energia escura (dark energy), que, misteriosamente, nos empurra, em velocidade sempre crescente, em direção ao nada (?).

A matéria escura (dark matter) compõe 24 por cento do universo.

E o que resta, 4 por cento, é feito de livros de contos, tabuleiros de xadrez, borboletas, hipopótamos, garrafas de plástico, montanhas, satélites, exoplanetas, estrelas, galáxias e o que mais existe composto de átomos.

Há tanta energia ainda a ser transformada em matéria. E tem gente que acredita em fim do mundo!

Nem os maias acreditavam. Em 21 de dezembro de 2012 encerra-se o décimo-terceiro baktun. No dia 22, inicia-se o décimo-quarto, que durará 394 anos. Ou, para ser mais preciso, 144.000 dias.

Uma pena que em dezembro de 2406 não poderei lançar o segundo volume de Contos do fim do mundo. Já estarei transformado em energia, a viajar pelos confins do multiverso.