sábado, 27 de junho de 2009

Ser escritor

Este texto encontra-se agora em Para ser escritor, Editora Leya, 2010.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Control C, Control V

Este texto encontra-se agora em Para ser escritor, Editora Leya, 2010.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Um prazer anárquico

Este texto encontra-se agora em Para ser escritor, Editora Leya, 2010.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Anunciação

Irás conceber, um dia,
a menina a tua espera
na luz opaca e serena.

Será canto de açucena
Será canto de alegria

Irás conceber, a Júlia,
que virá pra inaugurar
em tua vida outra era.

Será vento de mudança
que virá sem tardança.

Irás conceber, agora,
Tudo o que virá depois:
Um nariz bem alongado

um sorriso de senhora
e um olhar inaugurado
pro espanto d´ocês dois.

sábado, 13 de junho de 2009

Quem não é visto

Este texto encontra-se agora em Para ser escritor, Editora Leya, 2010.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Leitura de originais

Este texto encontra-se agora em Para ser escritor, Editora Leya, 2010.

domingo, 7 de junho de 2009

O poema

O poema bocejou, raspou as patas
no tapete, fitou-me com dezprezo.

Saltaria enfim sobre o meu peito?

Era um poema lindo na tarde finda
Tinha pele macia, dentes de marfim.

Ah, tenho ainda a sensação tão doce
e crua, a magnífica visão do animal

estupendo: o poema ali, retesado,
ritmo só, melodia pura, projetado

em pés perfeitos e rimas raras.
Saltaria enfim sobre o meu peito?

O poema apenas se mexeu, raspou
as patas no tapete e adormeceu.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Um conselho de Mario Quintana

Este texto encontra-se agora em Para ser escritor, Editora Leya, 2010.

O que te vai no ventre

O que te vai no ventre quer ser
aurora e serpente, e será gente.

O que te vai no ventre é raiz
profunda, pereira pura, quer

ser bailarina e atirador de facas,
será dramaturgo ou taumaturgo,

fotógrafa, comissária de bordo,
bardo, cineasta, jurista, ativista.

O que te vai no ventre quer ser
luar e semente, e será gente.


(Depois que descobri que Marta estava grávida, e ainda sem saber se era menino ou menina, fiz este poema. Hoje, eu o dedico à Sofia, pois ela já o pode ler sem o auxílio de ninguém. Para quem não sabe, kiefer, em alemão, além de osso, maxilar, também é madeira, pinheiro selvagem, e aqui, com a licença poética, meu sobrenome é pereira. Muita pera eu descasquei para que minha avó Regina fizesse as compotas, os doces, os sucos de pera que meu avô Bernardo tanto amava ).

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tudo outra vez

A vida perpetuamente
é
inacabada

Nada posto,
nada
pré-fixado

O fado
não é o que foi
nem o porvir

O fado
é o momento
mesmo em seu devir

Se o amor cessou
é só descer
ao fundo do poço
e tornar a subir,
até encontrar
o fim
e um novo ciclo

Tudo outra
vez recomeçar
perpetuamente

a vida é
inacabada

E o nada
um não-lugar
que só a morte pode dar

se o outro lado não for
só o avesso deste lado

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quero aprender contigo

Quero aprender contigo o fogo calmo,
o fogo brando do amor sem pressa,
contigo eu quero ouvir o silêncio
e mergulhar no agora, e fluir feito

água entre as pedras lisas do riacho.
Contigo eu quero abraçar o instante
sem angústia e sem cansaço e dançar
o que não cessa, mas que transcende

o espaço e o corpo lasso, a ternura
que desata as reservas do amor
sem laço e sem posse. Contigo quero

aprender a devolver o que já me deste,
e te encher o dia de alegria e prece,
de poesia e passe. Contigo eu quero.

segunda-feira, 1 de junho de 2009