Aqui de Budapeste me atrevo a dizer ao mestre, que a dor crônica é capaz de virar a vela de nossa embarcação contra o vento, nos fazendo necessitar de muito mais esforço para manter o prumo. Não o percas porque são muitos os barcos que seguem de perto o teu. abraços, Isabelle Fontrin
Ah, Charles, eu que lido com perdas e dores todos os dias fico aqui pensando nesses mesmos todos os dias em como lidar com as minhas, como tentar me sentir livre antes da morte chegar. Mas viver dói, e talvez por isso seja tao bom né? saudades tuas. Beijo
Caro Charles, A dor, algumas vezes, favorece grandes inspirações como esta do teu texto. Um mergulho verdadeiro ao interior. A sensação de impotência diante da dor. Esta conexão com um avô que ALTO não era imune a fragilidade e deixou em ti marcas de nascença que se mostram nos últimos anos. Espero que melhores logo! A minha barca está por perto. Grande abraço. Sandraus
Que doam todas as dores. Não serão maiores que esta, que também não será maior que doutras. Lavouras que secam, telhados arcaicos que espalham-se, e o imune ponteiro no oito a mais de seis meses. Aquele inútil na cama sem trabalho, sangue-suga da mãe, só sai da cama atrás de pedra, nunca lapidou nada, só suga, só segue. Espera o sossego? Espera o socorro? Não vem hoje. Marcaram para dia dezeito, talvez fevereiro de 2050. Males da alta expectativa de vida.
Agora o que te sobras é a pólvora, a forca, talvez o inutensílio-poesia. O cachorro Quincas a latir estranho, dores dessa vida de coleira?
Vai, caminha até a sacada, avista o poço do velho, as oliveiras do mago - velho saara, árido sarará amargo de fé, ou concreto de verdas. As verdas, bolitas da infância, linguagem - as vistas em ordens, tudo em dia... tira o pincel desse mergulho no líquido amarelo, lava o copo de massa de tomate, coloca um café passado e oferece ao Feitor - ...
vai doer, e desse ódio nascerá uma tragédia, ou a flor no canteiro da pá.
Belíssimo escrito. Denso e uma maestral melancolia. O senhor escreve muito bom, Kiefer. Admiro. Mas todo esse flagelo, oriundo de dores crônicas, isso é biográfico? Ou diz respeito à vida e personagens de Pau d'Arco?
A Herança Como todo o legado que se preza nossa herança familiar, de geração em geração, tem sido abundantemente distribuída entre nós. Mesmo que quiséssemos não poderíamos abrir mão dela. Está gravada! Pertence a cada um e a todos nós sem discriminação de maior ou menor grau de parentesco. Nossa estrutura genética legitima a todos sem cláusulas de impedimento ou de qualquer favorecimento. Nessa herança, a família toda é beneficiada - homens, mulheres; moços e jovens. As crianças incluem-se nela como herdeiros futuros. Mais dia, menos dia elas também serão agraciadas, é só uma questão de tempo... Ninguém escapa. Acompanha-nos há tantas gerações que, por tanto conosco andar estamos todos quase que a claudicar. Nem terras, nem gado, Nem jóias, ou casas, Ações, ou seguros, mas, sim: Artrose, artrite e osteoporose.
Professor, faço parte desse clube. Abraço, Gilka Coimbra
Charles: Existe, sim, alguma comunhão entre os seres humanos, pois tanto eu como por certo todos teus alunos de Oficina estamos contigo, torcendo para que tuas dores, quaisquer delas, não sejam perenes.
Olá! Sou coordenadora do Projeto Fome de Ler d E.M.E.F Coronel Francisco Pinto Bandeira e gostaria de agendar tua visita na escola para o mês de novembro. Espero teu contato. Desde já agradeço. Prof. Elivete da Luz Matos Cezar email: emefpintobandeira@gmail.com
o grande pintor Renoir sofria de dores crônicas causadas pelo reumatismo. em sua biografia, li que apesar dos momentos de tristeza decorrente de sua doença, esse sentimento nunca foi refletido em sua obra. em alguns casos a dor é inspiração, para outros a Arte é um refúgio para esses momentos.
Kiefer,
ResponderExcluirAqui de Budapeste me atrevo a dizer ao mestre, que a dor crônica é capaz de virar a vela de nossa embarcação contra o vento, nos fazendo necessitar de muito mais esforço para manter o prumo.
Não o percas porque são muitos os barcos que seguem de perto o teu.
abraços,
Isabelle Fontrin
Nossa Charles... Seu último parágrafo foi simplesmente sem palavras...
ResponderExcluirÉ um belo motivo para viver: realizar a comunhão entre as pessoas, sem dar preferência a uma ou a outra. E talvez isso não seja ilusão.
ResponderExcluirUm belo escrito caríssimo Kiefer.
Fraterno abraço
Ah, Charles, eu que lido com perdas e dores todos os dias fico aqui pensando nesses mesmos todos os dias em como lidar com as minhas, como tentar me sentir livre antes da morte chegar. Mas viver dói, e talvez por isso seja tao bom né?
ResponderExcluirsaudades tuas.
Beijo
Caro Charles,
ResponderExcluirA dor, algumas vezes, favorece grandes inspirações como esta do teu texto. Um mergulho verdadeiro ao interior. A sensação de impotência diante da dor. Esta conexão com um avô que ALTO não era imune a fragilidade e deixou em ti marcas de nascença que se mostram nos últimos anos. Espero que melhores logo!
A minha barca está por perto.
Grande abraço. Sandraus
Que doam todas as dores. Não serão maiores que esta, que também não será maior que doutras. Lavouras que secam, telhados arcaicos que espalham-se, e o imune ponteiro no oito a mais de seis meses. Aquele inútil na cama sem trabalho, sangue-suga da mãe, só sai da cama atrás de pedra, nunca lapidou nada, só suga, só segue. Espera o sossego? Espera o socorro? Não vem hoje. Marcaram para dia dezeito, talvez fevereiro de 2050. Males da alta expectativa de vida.
ResponderExcluirAgora o que te sobras é a pólvora, a forca, talvez o inutensílio-poesia. O cachorro Quincas a latir estranho, dores dessa vida de coleira?
Vai, caminha até a sacada, avista o poço do velho, as oliveiras do mago - velho saara, árido sarará amargo de fé, ou concreto de verdas. As verdas, bolitas da infância, linguagem - as vistas em ordens, tudo em dia... tira o pincel desse mergulho no líquido amarelo, lava o copo de massa de tomate, coloca um café passado e oferece ao Feitor -
...
vai doer, e desse ódio nascerá uma tragédia, ou a flor no canteiro da pá.
SLRF
Belíssimo escrito. Denso e uma maestral melancolia. O senhor escreve muito bom, Kiefer. Admiro. Mas todo esse flagelo, oriundo de dores crônicas, isso é biográfico? Ou diz respeito à vida e personagens de Pau d'Arco?
ResponderExcluirA Herança
ResponderExcluirComo todo o legado que se preza nossa herança familiar, de geração em geração, tem sido abundantemente distribuída entre nós.
Mesmo que quiséssemos não poderíamos abrir mão dela. Está gravada!
Pertence a cada um e a todos nós sem discriminação de maior ou menor grau de parentesco. Nossa estrutura genética legitima a todos sem cláusulas de impedimento ou de qualquer favorecimento.
Nessa herança, a família toda é beneficiada - homens, mulheres; moços e jovens.
As crianças incluem-se nela como herdeiros futuros. Mais dia, menos dia elas também serão agraciadas, é só uma questão de tempo...
Ninguém escapa.
Acompanha-nos há tantas gerações que, por tanto conosco andar estamos todos quase que a claudicar.
Nem terras, nem gado,
Nem jóias, ou casas,
Ações, ou seguros, mas, sim:
Artrose, artrite e osteoporose.
Professor, faço parte desse clube.
Abraço, Gilka Coimbra
Muito bom, o texto. Acho que a verdadeira felicidade vem de aceitar, sereno, a realidade da solidão.
ResponderExcluirConvido-o a visitar meu blog qualquer dia desses.
Charles: Existe, sim, alguma comunhão entre os seres humanos, pois tanto eu como por certo todos teus alunos de Oficina estamos contigo, torcendo para que tuas dores, quaisquer delas, não sejam perenes.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirSou coordenadora do Projeto Fome de Ler d E.M.E.F Coronel Francisco Pinto Bandeira e gostaria de agendar tua visita na escola para o mês de novembro. Espero teu contato.
Desde já agradeço.
Prof. Elivete da Luz Matos Cezar
email: emefpintobandeira@gmail.com
o grande pintor Renoir sofria de dores crônicas causadas pelo reumatismo.
ResponderExcluirem sua biografia, li que apesar dos momentos de tristeza decorrente de sua doença, esse sentimento nunca foi refletido em sua obra.
em alguns casos a dor é inspiração, para outros a Arte é um refúgio para esses momentos.
abraço,
Leticia
Charles, acho que essa história dá um conto. Adelante! Não nos prive disto. Bjo. Cátia Simon
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