Caro Kiefer, a grafia correta do famosíssimo pianista e compositor húngaro é Liszt. Depois, não ouvi o concerto (aplaudido) do Pixis e, sendo assim, prefiro não opinar sobre o mesmo. Porém, se as datas estão corretas, o virtuose Franz Liszt já contava 26 anos na época do espetáculo musical controverso; ou seja, não era mais nenhum menino e já gozava de prestígio em Paris. Me pergunto qual motivo o teria levado a incluir Pixis e Beethoven numa mesma apresentação? Algumas hipóteses: pressão de nobres ou empresários, amizade com o compositor, ajuda financeira, possibilidade para exibir seus incríveis dotes musicais numa obra de mero virtuosismo técnico, qualidades musicais que ele pensou ter visto na obra... Não sei. A história mostra alguns músicos que sofreram um período de ostracismo para serem reabilitados décadas depois. Vivaldi, J.S.Bach, Marc-Antoine Charpentier (1643-1704) são bons exemplos. Não creio que o improvável Pixis receba algum resgate histórico, mas, como já disse, prefiro não opinar sobre algo que desconheço. De qualquer forma, gostei do teu texto: muitas vezes valorizamos mais a assinatura do que a obra. Marcel Duchamp, nas artes visuais, que o diga. Um abraço, Paulo Lacerda.
kiefer, Gostei muito do texto. Penso que talvez tenham posto, o concerto de Pixis ao lado de compositores famosos,justamente por ser uma maneira para que as pessoas o assistissem. Pelo fato dele não ser conhecido, se fosse somente a obra dele o objeto do espetáculo poderia não haver público suficiente para o evento. Isso demonstra que as pessoas em geral nem sempre estão abertas ao novo e costumam rotular pessoas e fatos.Exemplo recente disto ocorreu com Susan Boyle, a qual teve seu talento musical duvidado num primeiro momento pelos jurados do programa de calouros somente pelo fato de estar fora dos padrões estéticos. Ao cantar impressionou a todos com sua voz melodiosa. Abraço, Letícia
Fiquei na dúvida se Ezra Pound desdenhou o primeiro volume de Em Busca do Tempo Perdido uma vez que foi muito generoso com outros escritores (T.S.Eliot, J.Joyce). Já sobre André Gide encontrei alguns comentários na Internet. Por exemplo, em http://www.dubitoergosum.xpg.com.br/arquivo44.htm este de Affonso Romano de Sant`Anna: "Em 14 de novembro de 1913 a pequenina Grasset lança 'Du côté de Chez Swann'. Graças a uma boa campanha publicitária orquestrada vendem-se 1.500 exemplares e uns quatro meses depois o total chega a três mil. Proust e o editor tentam concorrer ao prêmio Goncourt, mas não dá mais tempo. Contudo, os outros editores que haviam recusado a obra começam a se arrepender e a procurar o autor. Inclusive André Gide, depois que vários autores da 'Nouvelle Revue Française' (NRF) começam a elogiar Proust. Três meses após o aparecimento do livro, Gide escreve uma carta histórica a Proust se desculpando: 'Ter recusado este livro ficará como o mais grave erro da NRF (e me toca a vergonha de ter sido em grande parte o responsável) e um dos remorsos mais cruéis de minha vida'."
Caro Kiefer, a grafia correta do famosíssimo pianista e compositor húngaro é Liszt. Depois, não ouvi o concerto (aplaudido) do Pixis e, sendo assim, prefiro não opinar sobre o mesmo. Porém, se as datas estão corretas, o virtuose Franz Liszt já contava 26 anos na época do espetáculo musical controverso; ou seja, não era mais nenhum menino e já gozava de prestígio em Paris. Me pergunto qual motivo o teria levado a incluir Pixis e Beethoven numa mesma apresentação? Algumas hipóteses: pressão de nobres ou empresários, amizade com o compositor, ajuda financeira, possibilidade para exibir seus incríveis dotes musicais numa obra de mero virtuosismo técnico, qualidades musicais que ele pensou ter visto na obra... Não sei. A história mostra alguns músicos que sofreram um período de ostracismo para serem reabilitados décadas depois. Vivaldi, J.S.Bach, Marc-Antoine Charpentier (1643-1704) são bons exemplos. Não creio que o improvável Pixis receba algum resgate histórico, mas, como já disse, prefiro não opinar sobre algo que desconheço. De qualquer forma, gostei do teu texto: muitas vezes valorizamos mais a assinatura do que a obra. Marcel Duchamp, nas artes visuais, que o diga.
ResponderExcluirUm abraço,
Paulo Lacerda.
kiefer,
ResponderExcluirGostei muito do texto.
Penso que talvez tenham posto, o concerto de Pixis ao lado de compositores famosos,justamente por ser uma maneira para que as pessoas o assistissem.
Pelo fato dele não ser conhecido, se fosse somente a obra dele o objeto do espetáculo poderia não haver público suficiente para o evento.
Isso demonstra que as pessoas em geral nem sempre estão abertas ao novo e costumam rotular pessoas e fatos.Exemplo recente disto ocorreu com Susan Boyle, a qual teve seu talento musical duvidado num primeiro momento pelos jurados do programa de calouros somente
pelo fato de estar fora dos padrões estéticos.
Ao cantar impressionou a todos com sua voz melodiosa.
Abraço,
Letícia
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ResponderExcluirFiquei na dúvida se Ezra Pound desdenhou o primeiro volume de Em Busca do Tempo Perdido uma vez que foi muito generoso com outros escritores (T.S.Eliot, J.Joyce).
ResponderExcluirJá sobre André Gide encontrei alguns comentários na Internet. Por exemplo, em
http://www.dubitoergosum.xpg.com.br/arquivo44.htm
este de Affonso Romano de Sant`Anna:
"Em 14 de novembro de 1913 a pequenina Grasset lança 'Du côté de Chez Swann'. Graças a uma boa campanha publicitária orquestrada vendem-se 1.500 exemplares e uns quatro meses depois o total chega a três mil. Proust e o editor tentam concorrer ao prêmio Goncourt, mas não dá mais tempo. Contudo, os outros editores que haviam recusado a obra começam a se arrepender e a procurar o autor. Inclusive André Gide, depois que vários autores da 'Nouvelle Revue Française' (NRF) começam a elogiar Proust. Três meses após o aparecimento do livro, Gide escreve uma carta histórica a Proust se desculpando: 'Ter recusado este livro ficará como o mais grave erro da NRF (e me toca a vergonha de ter sido em grande parte o responsável) e um dos remorsos mais cruéis de minha vida'."