quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Amnésia coletiva

Algumas pessoas, depois de grandes traumas, produzem amnésia, que é uma forma de negar a própria experiência, de esquecer o sofrimento psíquico.

O processo é semelhante com as civilizações. Depois de catástrofes apocalípticas, os sobreviventes recalcam a memória desses dolorosos eventos, e reiniciam a vida comunitária. A longo prazo, criam novos impérios, com técnicas mais avançadas. Os milênios se passam e todos se sentem felizes, certos de que estão protegidos pelo saber científico e pelas instituições públicas.

No entanto, o material recalcado insiste em reemergir através da voz dos profetas, dos místicos, dos poetas. Vate, como sabemos desde os gregos, é quem vaticina, quem anuncia, quem é louco. Estes, que recebem das profundezas de seu psiquismo as mensagens trágicas, tentam avisar a seus contemporrâneos, mas são taxados de ridículos, de insanos e de não-científicos.

Como a cicatriz sobre o corpo, os textos antigos, os textos milenares, guardam ainda os registros daquelas tragédias coletivas. No entanto, são tomados pelos cientistas da nova civilização, orgulhosos olímpicos de seu pequeno saber, como mitologias.

Albert Einstein, que jamais negou o que não conhecia, levava a sério as idéias de Immanuel Velikovsky.

Se o velho cientista russo ainda vive, seria interessante que os sábios atuais tornassem a ouvi-lo. Não nos livrará das novas hecatombes, mas talvez alguns se convençam da necessidade de planos de contingência.

Um comentário:

  1. estes textos milenares, tb considerados mitológicos pq baseados em tradições e lendas feitas para explicar o universo, a criação do mundo, fenômenos naturais e qualquer outra coisa que explicações simples não são atribuíveis possui um propósito explicativo. Acredito neste material recalcado que insiste em resurgir através da voz dos profetas.

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