quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tudo outra vez

A vida perpetuamente
é
inacabada

Nada posto,
nada
pré-fixado

O fado
não é o que foi
nem o porvir

O fado
é o momento
mesmo em seu devir

Se o amor cessou
é só descer
ao fundo do poço
e tornar a subir,
até encontrar
o fim
e um novo ciclo

Tudo outra
vez recomeçar
perpetuamente

a vida é
inacabada

E o nada
um não-lugar
que só a morte pode dar

se o outro lado não for
só o avesso deste lado

2 comentários:

  1. Nossa, Charles!!!!!
    Genial!!!!!
    Sabe o conto aquele que falava de aleluias? Elas acontecem quando lemos coisas belas como essa poesia. Repita, para aleluias surgirem outra vez.
    Leila

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  2. Eu que nunca gostei de poesia estou começando a me apaixonar.É interessante como a ignorância nos afasta de coisas tão belas. Adorei o poema, formado de versos tão lindos, numa poesia tão ímpar ( ou será o contrário?).

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