domingo, 6 de setembro de 2009

A nova edição de Os Ossos da Noiva

Acabo de revisar a nova edição, a quarta, de Os ossos da noiva, que sairá na Feira do Livro de Porto Alegre deste ano, publicado pelo selo Amarylis, da Editora Manole.

É uma edição requintada, com ilustrações (de Hélio de Almeida) que são verdadeiras filigranas. O pintor captou a essência do livro e da história. Se fosse pintora, Circe Brechen, a protagonista, faria desenhos desse naipe, e com essa delizadeza.

Vivo um momento raro e ímpar na vida de qualquer escritor. Ainda em vida, vejo a reedição de todos os meus livros. Poder retomar as antigas histórias, revisá-las, reescrevê-las, se necessário, é uma experiência muito interessante.

Não mexi nesta novela, exceto uma ou outra correção lexical ou semântica. Seria arrogância, e inciência, chamar a este livro de romance. Minha novela, depois de treze anos de sua publicação, resistiu, tanto na forma quanto no conteúdo. E isto dá uma sensação boa, de aceitável orgulho: fiz um bom livro, apesar da idade.

Dizem alguns críticos e teóricos que somente se escreve bem depois dos cinquenta, depois de se atingir a muturidade. Escrevi Os ossos da noiva aos 34, 35 anos.

Um dia, num pequeno restaurante da avenida Cristóvão Colombo, na zona norte de Porto Alegre, onde eu costumava almoçar, fiz amizade com um casal de Santo Ângelo. Ela, uma loira exugebrante; ele, um negro alto e sorridente. Haviam abandonado a sua terra natal por causa do preconceito.

No dia em que os conheci, estava à mesa do bar escrevendo um dos capítulos de Os ossos da noiva.

Sou fascinado por coincidências. Assim, não me acanhei. Apresentei-me, disse-lhes o que escrevia, uma triste e trágica história de amor entre uma branca e um negro.

Ainda nos encontramos algumas vezes, no Bar do Alemãozinho. E eles sempre me perguntavam sobre o andamento do livro. Depois, quando o lancei, na Feira de 96, compareceram à sessão de autógrafos.

Nunca mais os vi. Minha memória não lhes reteve os nomes.

Se, por estas injunções do destino, algum deles estiver lendo estas linhas, faço-lhe um pedido. Faz contato (charleskiefer@uol.com.br). Quero lhes dar um exemplar da nova edição, autografado.

4 comentários:

  1. báá muito mara esse teu livroo,bem bom mesmoo..!

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  2. tenho trinta anos.li teu livro no ano de 2007mas nunca esqueci dos detalhes encontrei um namorado que tambem le teu livro somente falo mais nesteos ossos da noiva é maravilhosa te mando beijo e abraços gostaria muito de ganhar um exemplar teu pois daria a meu namorado ainda melhor se for autografado

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  3. Sou graduanda em Letras na Universidade Federal de Juiz de Fora - MG e li seu livro, gostei muito! Fiz uma análise dos elementos que nele estão presentes e irei apresentá-lo na III Semana de Letras da UFJF. Parabéns por essa obra admirável!

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  4. Oi preciso de um artigo deste livro.. alguém fez?

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